O Large Latin American Millimeter/sub-mm Array (LLAMA) é um projeto científico e tecnológico conjunto da Argentina e do Brasil que tem como objetivo instalar e operar um rádio observatório nos Andes argentinos, a 4.850m de altitude, capaz de realizar observações do Universo em comprimentos de onda milimétricos e submilimétricos.
O Projeto LLAMA teve início formal em 2014, com a assinatura de um acordo entre FAPESP, USP (Brasil) e MinCyT (Argentina) visando a realização de obras de infraestrutura física no sítio selecionado, além da aquisição e montagem da antena fabricada pela empresa alemã VERTEX.
Em dezembro de 2023, foi assinado um novo acordo, incluindo as atividades necessárias para, nos próximos anos. atingir o marco da primeira luz no novo rádio observatório.
O LLAMA é coordenado por um Comitê Diretor, com membros indicados pelas instituições signatárias dos dois países. O Comitê é assessorado por um Grupo Científico, dividido em diversos subgrupos e com ampla participação de membros das comunidades astronômicas da Argentina e do Brasil.
A concepção e execução do projeto LLAMA, bem como as futuras operações do observatório, envolvem diversos setores da sociedade, tanto a nível binacional como internacional. Da construção civil ao desenvolvimento de componentes mecânicos, elétricos e ópticos, passando por atividades educativas a diversos níveis e pela promoção do astroturismo, o LLAMA tem um impacto crescente e positivo nas comunidades com que se relaciona. O LLAMA também estimulará a reorganização da radioastronomia em ambos os países parceiros, atraindo e motivando astrónomos, engenheiros e estudantes. Além disso, aumentará o número de colaborações com instituições em todo o mundo.
O projeto LLAMA reconhece o privilégio de estabelecer suas instalações e observar o Universo a partir de um sítio natural e cultural único na Puna Argentina.
LLAMA será uma instalação astronômica versátil que apoiará a comunidade científica na exploração de uma ampla variedade de tópicos científicos, incluindo:
A composição e evolução molecular do Universo
Buracos negros, seus discos de acreção e jatos relativísticos
Formação e evolução estelar desde o Univeso local até as maiores escalas do Universo
A estrutura da Via Láctea, a nossa Galáxia
O Sol
Atmosferas planetárias
Astronomia extragaláctica
Perspectivas de participação futura em experimentos interferométricos
O vapor d'água na atmosfera é o principal obstáculo às observações astronômicas nos comprimentos de onda milimétrico e submilimétrico, pois compromete a transparência da atmosfera. Então, os rádio observatórios que operam nestas faixas de frequência precisam ser instalados nos locais mais altos e secos da Terra.
O LLAMA está sendo instalado na Puna do Atacama, no noroeste da Argentina, em um local cujas coordenadas terrestres são 66o 28' 29,4" W e -24º 11' 31,4" S. O sítio, conhecido localmente como Alto Chorrillos, está localizado em uma altitude de 4850 metros acima do nível do mar (masl) e a cerca de 180 km a sudeste do observatório Atacama Large Millimeter/Submillimeter Array (ALMA). Alto Chorrillos tem condições atmosféricas semelhantes as de Chajnantor (Chile), onde o ALMA foi instalado.
Uma área de 400 hectares foi alocada para este projeto pelo Governo da província de Salta. A cidade mais próxima, a 16 km, é San Antonio de los Cobres, enquanto a cidade de Salta fica a cerca de 160 km de Alto Chorrillos.
Graças ao Governo de Salta, o LLAMA, assim como os demais observatórios que estão sendo instalados na região, contam com um prédio próprio em San Antonio de los Cobres, localizado a 16 km de Alto Chorrillos. Ali serão instalados laboratórios, escritórios e alojamentos para fornecer a infraestrutura necessária à manutenção básica e à operação remota inicial.
San Antonio de los Cobres está a 3700 metros acima do nível do mar. Devido à altitude do local, a sede do LLAMA deverá ser instalada na cidade de Salta, de onde futuramente serão realizadas as operações remotas regulares do radiotelescópio.
O LLAMA foi concebido e projetado para ser um observatório de usuários de longa vida útil, que respeita o meio ambiente e as tradições locais. Seu impacto científico na comunidade binacional será determinado pela qualidade dos seus instrumentos, pelo desenvolvimento local de novas tecnologias, pelo crescimento das comunidades radioastronômicas binacionais, pela criatividade e diligência de seus usuários cientistas, além das repercussões econômicas, culturais e científicas nos arredores do sítio do LLAMA.